Bruxismo, estresse e até má escovação atuam na fragilização dos dentes
Você já ouviu essa história: alguém estava comendo uma maçã quando, de repente, o dente quebrou. Por mais firme que esteja uma maçã, quebrar o dente não faz parte da experiência. Provavelmente, o dente já tinha uma fissura ou trinca que passou despercebida por muito tempo, até que ela aumentou e diante de uma situação de um pouco mais de esforço se revelou. Pode até ser que a pessoa comentou que dias depois, outro dente também se partiu. O processo de fragilização dos dentes é resultado de um processo contínuo - o lado positivo, é que ele pode ser prevenido e tratado pelos dentistas.
Cáries, estresse e alimentação
“Entre as possibilidades de alteração da estrutura dental estão os processos cariosos que vão destruindo gradativamente a estrutura dental tornando-a mais frágil aos esforços mastigatórios. Na medida que, a extensão da lesão aumenta normalmente, aumenta também o risco à fraturas. Isto funciona da mesma forma para os dentes restaurados, ou seja um dente com uma restauração pequena tem uma menor chance de fratura do que aquele com restaurações extensas, em resumo quanto mais destruída foi a estrutura dental maior será a chance deste fraturar”, explica Jorge de Sá Barbosa (CRO-SP: 69193), professor coordenador dos cursos nacionais e internacionais de especialização em prótese dentária/ reabilitação oral da Unimes.
Entre as causas para a fragilidade dos dentes, o cirurgião dentista Rodolfo Matoba (CRO-SP: 41207), do Instituto Matoba, aponta o apertamento dental, bruxismo (ranger dentes), má oclusão (mordida errada), estresse emocional, desgaste natural dos dentes, erosão ácida do esmalte (refrigerantes, problemas gástricos), tratamentos endodônticos (canal do dente), tratamentos dentários com restaurações grandes.
Outros fatores que concorrem para fragilizar os dentes são os processos de atrito dental decorrentes de hábitos como morder ou roer unhas e objetos; escovação com força excessiva; o mau posicionamento dental e até mesmo a mastigação pode favorecer o desenvolvimento de trincas e fraturas.
“O grande problema é que normalmente estes fatores se combinam e aceleram o processo ou aumentam o risco de trincas e fratura dos dentes. Podemos ter, por exemplo, um paciente com erosão ácida por refluxo, que podem ser mais intenso em determinado dente simplesmente pela posição de dormir facilitar o acumulo de ácido. Esse quadro pode ainda ser potencializado por este dente já ser amplamente restaurado e agravado ainda pelo habito de apertar os dentes”, avalia Jorge.
É possível prevenir fragilidade dental
Pessoas que apresentem quadro de bruxismo (o ranger ou apertar de dentes durante o sono) devem buscar apoio multidisciplinar para restaurar o equilíbrio emocional. “O cirurgião-dentista poderá colaborar no diagnóstico e no tratamento com uso de placas intra-orais para estabilizar o processo e proteger os dentes”, comenta Jorge.
Tratamento deve ser imediato
Se o dente quebrou ou se você notou a fissura, procure imediatamente um cirurgião dentista para receber os cuidados adequados. "O mais importante é que o "fragmento" seja mantido hidratado dentro das condições disponíveis no momento com soro fisiológico ou mesmo com a própria saliva", recomenda Jorge.
"O tratamento pode ser desde apenas o acompanhamento, uma restauração simples, até a reabilitação com necessidade de extração e implante de coroa ou outro tipo de prótese dentária", explica Rodolfo.
Fonte: Saúde Bucal - iG @ http://saudebucal.ig.com.br/higieneoral/2017-01-12/fragilizacao-dos-dentes.html